Heróis sem eletricidade chega ao fim

30 de abril de 2010 § Deixe um comentário

Depois de algumas semanas de diversão nas oficina de madeira e de metal, trabalhando duro para criar um mecanismo inútil do tamanho da sala de aula, saí intelectualmente ferida das longas conversas com o professor orientador deste grupo de pesquisa. Esperava travar uma boa relação com ele. Mas acabei ficando traumatizada com suas críticas, por exemplo a de que “só faço animais” nos meus trabalhos tridimensionais. E eu levei isso como ofensa. Talvez não devesse, pois de fato adoro os animais. Mas vindo dele, soou como uma expressão de desprezo. Enquanto todo mundo criava “máquinas”, eu pendurava formas orgânicas no teto.

Heroes without electricity

19 de abril de 2010 § Deixe um comentário

Está é a sala de aula PB 301. A única, do curso de ArtScience, em todo o prédio. Está tomada há semanas por pelas instalações desse grupo de pesquisa/oficina que estou fazendo, “Heróis sem eletricidade”. Estamos criando um mecanismo do tamanho da sala, que se move e “trabalha” sozinho – aplicando os princípios da física mecânica.

Semana que vem apresentaremos esta ‘máquina inútil’, que segundo o meu professor, servirá apenas para o deleite dos espectadores. Melhor aula que já tive até agora por aqui.

Houtwerkplaats

17 de abril de 2010 § Deixe um comentário

Fazer uma mesa para sua casa, com as suas próprias mãos, não tem preço. Estou dominando a oficina de madeira (a “houtwekplaats”) da academia real de Haia!

Até agora gastei 11 euros na compra da madeira para estas peças. Desenhei, serrei, furei tudo sozinha… Máquinas incríveis que conheci esta semana. Ainda falta fazer o tampo, que vai ser redondo e vai dar muito mais trabalho. Mas estou encantada! Posso trabalhar lá até 9 da noite (já escurece bem tarde aqui, quase 10h).

Raam

6 de abril de 2010 § Deixe um comentário

Estudando holandês com uma colega de turma, holandesa, que se mudou pra nossa vizinhança, a Charlotte. A moça cresceu em Amsterdam e diz que o sotaque de lá que é o mais bacana. Ela vem à nossa casa ou a gente vai à dela. Sempre na hora do jantar. E assim a gente manja em holandês. Ela é animadíssima e já nos adotou. Porque convivendo com estudantes estrangeiros nem sempre você faz amizade com holandeses. Aliás é coisa rara.

Aos poucos vou entendendo um monte de coisas no meio das conversas em holandês. Não é tão difícil quanto parece, depois que se pega a pronúncia, que também não é difícil, só estranha. Se você entende alemão, então, moleza. Não que eu entenda muito, só tinha uma familiaridade. Agora, falar vai levar mais tempo. Tem que se vencer a barreira da timidez.

Às vezes eu esqueço em que língua estou falando. Mas é sempre inglês, claro. Às vezes uma palavra em português se mete no meio de uma frase inteira em inglês. Quando preciso ser rápida, sempre escapa um “sei lá”, um “mas”, ou um “sabe?”. E já vi outras pessoas sofrendo disso nas suas respectivas línguas. Os portugueses que conheço aqui nunca se lembram de falar português comigo. Também colei post its pela casa, na esperança de introjetar os vocábulos pelo inconsciente, meu e do Nicolau. Aliás, ontem comemoramos 3 anos juntos.

E hoje é aniversário da minha mãe… Muitas saudades.

Raam é janela, gente.

Onde estou?

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