Parceria ou parceria

28 de maio de 2010 § Deixe um comentário

Ultimamente todos estão encrencados com as apresentações finais, exames, projetos, performances. O nível de stress é tanto que a gente sente no ar. Tanto no Conservatório quanto na Academia, todos pedem ajuda de todos. Você corre do seu projeto para o dos outros, tentando ajustar na agenta todos os ensaios e provas, seus e dos outros. Hoje estou indo ajudar duas pessoas de departamentos diferentes. De uma amiga vou ajudar numa animação em Flash, para a outra eu vou fazer a luz da performance dela. Nicolau também corre de um lado pro outro. Na segunda feira, quatro amigos me ajudarão a gravar sons da estação Centraal. Reuniões, emails e muitos SMS pra lá e pra cá. Já tenho oito voluntários confirmados para a minha apresentação e ainda estou articulando com outras cinquenta pessoas. Preciso de uma verdadeira multidão para a minha performance no dia 14 de junho. Até os amigos do Brasil, Maria e Felipe (que chegarão aqui 1 dia antes) já foram solicitados.

Na foto o concerto de exame final do Yedo, brasileiro no Koncon, que convidou 85 músicos para a peça. Nicolau estava lá, entre todos os nossos amigos e conhecidos também.

Windows

27 de maio de 2010 § Deixe um comentário

As janelas na Holanda são um universo. Mereciam um blog só pra elas. Você passa pela rua e vê a casa inteira por dentro. Alguns fazem um pequeno arranjo, cenário, em frente à cortina. Esse aí foi chegando em Scheveningen, esse domingo. O primeiro dia em que saímos sem casaco.

Soundwalks

26 de maio de 2010 § Deixe um comentário

De repente entrei no mundo das caminhadas sonoras (ou qual seria a melhor tradução para soundwalk? Depende da definição, da fonte). Basicamente é uma caminhada orientada pelo som, ou por meio de instruções, ou de ambos. Onde o foco é a audição, seja do espaço, seja da obra sugerida para aquele lugar (esta definição é minha, com a minha longa experiência de algumas semanas). Estou estudando o tema para a minha própria apresentação em junho (finalmente acho que saí do meu bloqueio criativo) e tenho visto, lido, ouvido muito falar do assunto.

Muita gente tem trabalhado nisso pelo mundo, descobrindo lindíssimas frequências escondidas pela cidade, como nas estruturas de viadutos, túneis, ferrovias etc. Ruídos ou zumbidos normalmente inaudíveis e que hoje são revelados graças aos modernos equipamentos de gravação (BTW, Nicolau comprou um Zoom H4n que fez a minha alegria para o resto da vida). Com esses gravadores de hoje em dia você tem a sensação de estar registrando tudo, tudo, como alguém que filma. E a experiência de ouvir o material, deslocado do local de registro, se torna algo até mais intenso do que um filme às vezes. Tamanho o poder do som.

Hoje fui conferir o resultado de um workshop do pessoal do departamento de Sonology, do Conservatório. Dois colegas de ArtScience também participaram. Eles criaram uma soundwalk para o Hubertuspark, aqui em Haia. Na entrada a gente recebia um ipod shuffle, um headphone e um mapa, para seguir cada um sozinho. Nove faixas/obras haviam sido programadas, para se ouvirem ao longo do caminho. Até que na última, o artista propunha um loop, para você se perder pelo parque. Estava um dia frio hoje. Fui e me perdi, num parque lindo e vazio.

Várias árvores estavam tomadas por uma espécie de lagarta que envolve a árvores inteiras na sua teia. Essa lagarta vai virar uma mariposa que aqui é chamada de stippelmot. Também se podem ver várias imagens impressionantes pesquisando no google images por spinselmot (Yponomeuta padellus).

Radioplay workshop chega ao fim

26 de maio de 2010 § Deixe um comentário

Aprendi e me diverti muito nessa oficina de peça de ficção científica para rádio – além de refrescar a mente um pouco em relação à faculdade.

Na foto o Felix Kubin está finalizando a nossa história, em cima da hora da apresentação, que aconteceu no último domingo no bar do estúdio Worm, em Rotterdam. Já mandei para alguns amigos a peça que escrevi com a minha amiga de curso Clara Lozano. Quem mais estiver interessado, grite. Diversão garantida (em inglês). Vozes: Iris, Jeroen e Lukas Simonis, todos participantes do mesmo workshop.

Maastricht

20 de maio de 2010 § Deixe um comentário

Uma cidade do extremo sul da Holanda, quase Bélgica, quase belga. Fui ontem e estava o dia mais agradável do ano até agora.

Transfiguração

15 de maio de 2010 § Deixe um comentário

Todo mundo está usando máscara agora. Não sei se vocês já repararam. Começou pelo Daft Punk, há anos atrás. Agora todos os projetos de música eletrônica/alternative rock tem que usar máscara.
Sonhei que encontrava, num sebo daqui, um livro fantástico sobre a história das máscaras. Foi porque estive lendo o Joseph Campbell de novo. Sempre bom. Na foto acima: SBTRKT, à esquerda, projeto que acabei conhecer; ao centro, The Knife; à direita: a dupla francesa já citada, que nunca mostrou publicamente a sua cara.

Outro dia pela primeira vez comprei um livro via Amazon. Os escritos de Maya Deren – outra pessoa que tenho lido ultimamente. Não sei se já falei dela por aqui. Foi cineasta, coreógrafa, atriz, escritora, nos EUA dos anos 40 e 50. Ucraniana emigrada para os EUA aos 5 anos de idade, tornou-se uma mulher de vanguarda, defendendo um cinema experimental e amador. Explorava as potencialidades da imagem em movimento, admiradora da dança que ela era. Dançava com a câmera. Escrevia maravilhosamente suas idéias libertárias e sua crítica ao cinema dos grandes estúdios. E ainda por cima era apaixonada por rituais antigos. Pesquisou o vudu, foi ao Haiti. Por isso seus filmes são carregados de um imaginário mágico. Como este “Meshes of the Afternoon”, de 1943. Leia mais aqui.

Deslumbrem-se vocês também!

Também estou lendo sobre o trabalho de Cindy Sherman. Esta já é mais conhecida. Americana dublê de fotógrafa e performer. Sua imagem se dissolve em sua obra. Uma mulher que se transfigura a cada take, estudando estereótipos femininos.

(quantos vídeos por dia você vê pelo Youtube?)

Acting on the beach

9 de maio de 2010 § Deixe um comentário

Nic Nicolau e Leo Svirsky aguardam o momento de entrar em cena no filme da minha amiga Vera. A moça está produzindo um filme para o curso de Moving Image, na faculdade, e pediu para que fosse lá atuar nos últimos 30 segundos da produção. Minha atuação se limitou a dar uma bela e boa gargalhada diante da personagem principal. Nic e Leo acabaram entrando em cena como extras. A Vera (dá vontade de chamar de Verinha) é uma alemã de Munique, linda e criativíssima, que estuda Interactive Media Design na mesma academia que eu (aliás parece que nossos cursos são praticamente idênticos). Três amigos seus vieram diretamente de Köln para ajudá-la nas filmagens. Um filmava, o outro segurava o microfone e a outra atuava.

Cheguei super animada. Estamos os três sempre rindo a toa, principalmente com todas as piadas do Leo. Mas na hora certa de rir, eu não conseguia. Precisamos de uns 4 ou 5 takes, o dia escurecendo, bateria acabando… Os meninos tentando dizer qualquer bobagem, em qualquer língua, mas eu, preocupada com a posição em cena, o frio e a gargalhada, não ria tanto! É incrível como algo tão simples pode se tornar difícil. Enfim, ela disse que estava satisfatório.

Leo (ou Liev, no original russo) é o companheiro de todas as horas de Nic Nicolau. O americano de Washington DC está sempre na nossa casa agora (nesse instante por exemplo, ele está dormindo no sofá). A gente brinca que adotou o menino. Nicolau diz que ele é um gênio no piano.

Strandbeest

8 de maio de 2010 § Deixe um comentário

Esta semana estava eu civilizadamente aguardando o sinal de pedestres torna-se verde quando percebi que na outra esquina um carro trazia um strandbeest no capô. Tive tempo bastante para sacar minha câmera e fazer 4 fotos. Esta foi quando o carro passou mais perto de mim.

O strandbeest é exemplar de uma série de “animais” (beest) criados pelo artista holandês Theo Jansen, para testar na praia (“strand” em Dutch). A idéia dele é que essas peças se tornem autômatas, circulando ad eternum na orla neerlandesa, pela força dos ventos. E que força, diga-se de passagem.

Para quem não conhece o cara, Theo Jansen trabalhava como engenheiro quando resolveu testar essa estruturas leves, feitas de tubos de PVC. As obras foram ganhando articulações tão complexas, que ele decidiu desenvolver uma verdadeira fauna, nomeando cientificamente cada obra, para depois soltá-las na praia. Existem muitos vídeos sobre ele no youtube. Inclusive um comercial da BMW bastante bonito e oportuno (ou deveria dizer oportunista?)

Enfim, foi uma emoção pela qual não podia imaginar. Até alguns colegas holandeses ficaram com inveja.

Sci Fi Radioplay Workshop

8 de maio de 2010 § Deixe um comentário

Entrei num workshop com o produtor musical Felix Kubin. Diretamente de Hamburgo, Deutschland, para o estúdio Worm em Rotterdam. Eu e minha amiga Clara estamos escrevendo um conto de ficção científica para virar uma peça para rádio, com todos os efeitos sonoros a que se tem direito. O cara sabe tudo de dramaturgia para rádio. Orienta verdadeiras superproduções em várias escolas na Alemanha, onde a tradição de peças/novelas para rádio nunca morreu. Além de tudo, Kubin é uma figura incendiária no seu live act. Pude vê-lo a primeira vez em setembro passado, em Linz, na ocasião do Ars Electronica 2009.

Ele curtiu o nosso conto. Saímos todos para um drink na segunda feira passada e pudemos conhecer o cara mais de perto. Louco.
Apresentaremos as obras no domingo, 23/05 para o grande público em R’dam!

Onde estou?

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