Microscoop

28 de outubro de 2010 § Deixe um comentário

romã

romã

Estive me divertindo hoje no TactileLab com um microscópio que gera imagens e vídeos num clicar de um botão, e salva os arquivos para download via USB. Observamos, abobalhados, romãs, pimentas, bambu, cenoura, hervas…

erva indeterminada

erva chinesa indeterminada

Foi o primeiro dia em que tivemos o brinquedo nas mãos. A professora Cocky tinha acabado de adquirir e ainda nem sabia como a gente ia fazer pra puxar as fotos para um Mac. O microscoop só dizia que “tinha conexão pra PC” e a gente achou que podia não funcionar… Foi quando eu conectei o cabo no meu MacBook e pronto. Estava lá o drive, como qualquer outro estaria.

cenoura

cenoura

 

Matutando

27 de outubro de 2010 § Deixe um comentário

Não sei se é o curso, não sei se é a Holanda ou se a vida e a combinação de todos os fatores que me deixaram catatônica ultimamente. Meu curso é um ambiente tão experimental, que vale tudo. O conteúdo muda a cada 3 semanas. E a gente é solta num limbo criativo que se aproxima de um abismo. Eles não se preocupam em explicar ou guiar o nosso processo em nenhuma direção. A conclusão é a de que todos estão no mesmo barco, tentando se encontrar e buscando uma poética que expresse melhor as suas angústias.

Intuição é a palavra chave. No começo achei que era pra ser banida do nosso vocabulário. Com a pretensa abordagem científica que temos no Artscience, o método deveria ser o da experimentação e verificação. E eu que sempre fui muito intuitiva, o mais das vezes não sabia explicar como cheguei até determinado ponto da “pesquisa”. Dois professores definiram como intuitivo o meu processo e eu comecei a me sentir perseguida e equivocada. Foi depois de abrir uma discussão com um deles que eu me esclareci. Ele foi de uma delicadeza incrível e explicou que intuição existe em todas as nossas vivências e que neste curso a gente é treinado a usar mais e melhor a nossa intuição. O motivo da atual angústia foi este trabalho aí da foto. Uma suspensão de uma pessoa, o isolamento do seu contexto. Algo que surgiu de uma aula muito estranha chamada “Metamedial Swarms”, onde discutíamos de uma maneira geral sobre o conceito de complexidade.

A comunicação com os holandeses é outro lance que não ajuda quando você está em dificuldade. Sempre estranho para alguém dos trópicos. Não gosto de generalizar. Mas realmente você tem que se expressar muito bem e claramente para se fazer entender. E frequentemente eu não os entendo também. Conversando com minha amiga Clara, catalã, ela sente o mesmo. Quando encontro mexicanos, venezuelanos, argentinos, a empatia é imediata. Não é uma mera questão de geografia, mas de feeling. Algo bem intuitivo também.

Voltei a manter o meu Multiply, escrevendo em inglês agora, confiram. É lá que falo mais pessoalmente dos meus experimentos e questionamentos artísticos (porque sei que quase ninguém lê!). Ainda estranho muito a idéia de fazer arte. Antes, durante e depois.

Os cortes

21 de outubro de 2010 § Deixe um comentário

O impacto da crise internacional finalmente atingiu os setores de Arte e Cultura dos países de cá. No dia 08 de outubro (por acaso também meu aniversário) foi reunida uma multidão de mais de dois mil estudantes, artistas e imigrantes para prontestarem contra os  cortes de orçamento e subsídios à Cultura. A turba caminhou após uma longa concentração, do Malieveld ao Binnenhof. Respectivamente, do parque central da cidade até o centro político de Haia. Praticamente todas as pessoas que conheço estavam lá.

Ali a multidão foi partida ao meio, com uma graça estratégica dos policiais daqui, tão bem treinados que até hoje eu me admiro. Ora, uma multidão dividida em dois fica logo enfraquecida. Foi assim que aos poucos eles foram afastando o grupo mais forte para fora do pátio, pois o Binnenhof é uma área interna de vários edifícios importantes. Eu acabei ficando do lado mais fraco da multidão, que não berrava tanto, que permitia o fluxo de policiais e por isso eu pude continuar filmando e fotografando tudo. O grupo da resistência foi aos poucos encurralado até terem que sair pelos pequenos acessos do mesmo pátio. E os policiais jamais perdiam a compostura, mesmo recebendo ovos e gritos dos mais revoltosos.

O lema dos estudantes, locais e estranheiros, ameaçados de pagar o dobro pelos estudos nos próximos anos, é “Nós não vamos bancar a crise/Wij gaan de crisis niet betalen”, um pouco que já se ouviu na cena brasileira, nos meus anos de UFRJ, com o “Nós não vamos pagar nada”, em referência ao ensino público universitário. Enfim, foi uma manifestação pacífica, com direito a solo de violino diante de guardas fortemente alinhados na entrada do Binnenhof, ao lado da Mauritshuis, casa da Garota do Brinco de Pérola, de Vermeer.

Na Inglaterra esta semana a gente tem visto o mesmo através jornais e sites, como o The Guardian. Este sábado tem mais protesto aqui em Haia.

Public matter

18 de outubro de 2010 § Deixe um comentário

Estou devendo aqui o vídeo que foi possível fazer da minha apresentação de fim de ano letivo (junho de 2010). Foi a performance que chamei de ‘Public Matter’ (é tão estranho dar nomes, tão estranho dizer que se faz arte), sobre comportamento humano em ambientes públicos. Aproximadamente 50 voluntários vieram para a KABK na segunda feira, dia 14, em pleno dia de jogo da Holanda, para participar dessa experiência. Os professores, os poucos a quem chamei de “platéia” sentavam-se ao centro da sala. Uma figura, a Charlotte, colega de turma, representava um indivíduo na multidão. Ela não seguia a coreografia, contrapondo-se ao conjunto. Foi um acerto que fizemos para atender ao projeto dela (que também se apresentava nesse dia). O plano era se fazer ser percebida em todas as apresentações, chamando atenção para a presença dela, ao mesmo tempo em que ela não interagia, nem executava nenhuma ação. Foi uma idéia feliz para ambas as apresentações.

Eu fiquei no canto direito da tela. Não me canso de ver este vídeo, apesar de ser um registro capenga do que aconteceu de fato. A outra câmera que eu havia preparado, por algum motivo não funcionou e este daqui, por algum mistério foi gravado em baixa resolução… Mal se entende o que está acontecendo. Paciência, que ele está sendo enviado para o youtube!

Petsitting

18 de outubro de 2010 § Deixe um comentário

Enquanto cuido de 3 gatos e um coelho, num mesmo apartamento, vou aprendendo um bocado a mais sobre comportamento animal. O mais curioso para mim, claro, é o coelho, que tem o sistema digestivo e o reprodutor completamente novos para mim. Não vou entrar em detalhes fisiológicos que podem soar desagráveis aqui. Os gatinhos são amorosos, cada um do seu jeito. Este da foto, o Capuccino, me lembra muito a Mephi, que ficou no Rio, hoje aos cuidados da minha amiga Juliana.

E o coelho ama e deseja a todos. Deleitando-se com a presença de um de nós, bípedes ou quadrúpedes, que se aproximam de seu território. Adora ser segurado no colo, pode ficar horas assim.

Estou indo lá agora. Uma boa semana para vocês –  aqui é pausa do outono, férias para todos os estudantes da Holanda. Pretendo escrever mais. Aguardem.

31 anos

14 de outubro de 2010 § Deixe um comentário

Passamos dois, apenas 2 dias, menos de 48 horas, em Madrid. Cidade linda e abarrotada.

Onde estou?

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