Hapt me

31 de outubro de 2012 § Deixe um comentário

Registros de uma performance participativa, apresentada aqui, no final de setembro. A tal prova de recuperação foi enfim para o bem. Tive boas reações, boas descobertas. Várias pessoas quiseram testar meu aparato de comunicação táctil (não sei como chama-lo ainda; colocar o título sempre me dá mais trabalho). Tenho chamado por enquanto de Hapt me, em referência a haptics (como traduzir o termo para o português? bom, tactilidade) e com ecos de Caetano Veloso.

Foram testadas duas versões, tanto na posição dos elásticos, quanto no set up de luz, como pode ser visto nas fotos. Fora isso, pode ser usado para uma experiência de leitura facial mútua, ou para um diálogo de quatro mãos. Uma experência íntima para quem vê de fora, mas para quem participa torna-se jogo de adivinhação, com a chance de você confundir as bordas do seu próprio corpo.

É importante lembrar que enquanto este trabalho era desenvolvido, acontecia por uma coincidência feliz, a oficina sensorial de inauguração do ano do Artscience, Sensing Sensations, que já devo ter mencionado por aqui. E que foi coordenada pela dupla de convidados, Caro Verbeek e TeZ.

Como este departamento é gerido com amor, os alunos sempre iniciam o ano mergulhando numa oficina de quase dois meses, três vezes por semana, seis horas diárias. Calouros, veteranos e alunos de mestrado recebem o mesmo  tratamento e podem escolher entre duas oficina diferentes. Professores e artistas convidados também vêm frequentemente dar estas oficinas, o que ajuda a refrescar as relações dentro do departamento também.

O projeto deve serguir expandindo-se para outras partes do corpo, outros movimentos, novos diálogos. Já devo ter mencionado por aqui o meu fascínio por playgrounds. Quando comecei a experimentar com estes materiais, elásticos, cordas e madeira, tinha em mente instalar um espaço inteiro onde as pessoas, aos pares, percorreriam uma série de objetos relacionais, sentindo a presença ou o movimento do outro a uma certas distâncias. O potencial do tato foi mais um aspecto de que me dei conta neste período. Muitos caminhos se revelaram, em termos de literatura e referências artísticas. Encontrei por exemplo, o manifesto Tactilista, do Marinetti, que é uma delícia.

(…)

Quasi tutti propongono un ritorno alla vita selvaggia, contemplativa, lenta, solitaria, lungi dalle città aborrite.


Quanto a noi Futuristi, che affrontiamo coraggiosamente il dramma spasimoso del dopo-guerra, siamo favorevoli a tutti gli assalti rivoluzionari che la maggioranza tenterà. Ma alla minoranza degli artisti e dei pensatori, gridiamo a gran voce:
– La Vita ha sempre ragione! I paradisi artificiali coi quali pretendete di assassinarla sono vani. Cessate di sognare un ritorno assurdo alla vita selvaggia. Guardatevi dal condannare le forze superiori della Società e le meraviglie della velocità. Guarite piuttosto la malattia del dopo-guerra, dando all’umanità nuove gioie nutrienti. Invece di distruggere le agglomerazioni umane, bisogna perfezionarle. Intensificate le comunicazioni e le fusioni degli esseri umani. Distruggete le distanze e le barriere che li separano nell’amore e nell’amicizia. Date la pienezza ela bellezza totale a queste due manifestazioni essenziali della vita: l’Amore e l’Amicizia.

(…)

Il Tattilismo
F.T.Marinetti

Milão, 1921

Keeping together in time

31 de outubro de 2012 § Deixe um comentário

Achei este livro (mais um através da libgen.info), que me pareceu a maior inspiração até agora. Harvard University Press, 1995. Vou lendo pela telinha de 13′ até conseguir te-lo em mãos.

Saquem só o conteúdo:

E de vez em quando faço uma pausa, para curtir gifs animados.

Arte e participação

25 de outubro de 2012 § Deixe um comentário

Mais e mais referências para uma tese: Claire Bishop, historiadora, que escreveu Installation Art: A Critical History (London: Tate, 2005), Participation (London: Whitechapel and MIT Press, 2006), entre outros livros e artigos para publicações especializadas. Detalhe para a escolha da capa de Participation, o ritual da  “Baba Antropofágica”. Viva Lygia Clark! Tão desconhecida por aqui.

Achei o livro em PDF nesta fantástica biblioteca: libgen.info. (os links aparecem todos em russo, mas buscando em inglês, encontra-se de tudo). Outra grande descoberta.

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