Viajando de trem

16 de junho de 2013 § Deixe um comentário

Vibrei com esta descoberta. Um novo lançamento do Daft Punk sempre tráz de tabela uma aula de Disco music. Dia desses alguém mixou ‘Get Lucky’ com imagens de um programa antigo da tv americana. Na telinha de ontem, ao som dos robôs franceses de hoje, dezenas de pessoas se requebram diante de uma câmera que desliza em linha reta, num desfile de dança e de calor humano. Era o Soul Train, palco da música americana dos anos 70, e de gêneros futuros, que pra nossa felicidade pode ser revisto em milhares de vídeos online.

O Soul Train foi ao ar pela primeira vez em 1971 e só saiu de cartaz em 2006. Isso mesmo, 35 anos de discoteca. É considerado o programa mais duradouro da história da televisão aberta, com mais de 1.1000 episódios. Além de acompanhar a evolução da música pop, eu me deliciei com a energia e também com o desfile de moda daquele povo cheio de graça. Movidos pelo som, pelas drogas ou por pura adrenalina, esses moços dão a impressão de que o mundo, pelo menos pela televisão, era muito mais feliz antigamente.

Sempre em dupla, os dançarinos iam entrando em cena, exibindo seus dotes rítmicos e corporais, num clima de celebração total. Alinhados ao trilho do trem, os convivas aguardavam a vez, ovacionando os colegas ao centro. Os bailarinos eram ao mesmo tempo o próprio público, sem distinção de palco-plateia. Estavam ali os passinhos nascidos nas ruas de Chicago, sinais da break dance, e de tantos estilos que iriam influenciar as danças urbanas de hoje – inclusive o funk carioca. O apresentador-produtor Don Cornelius, sempre em cena, introduzia a festa televisionada, que ia ao ar toda semana, e trazia também artistas de peso. Convidados para cantar e conversar com o público, as estrelas eram entrevistadas abertamente pela galera. Ainda que com os famosos convidados, os protagonistas eram os participantes-dançarinos, homens e mulheres comuns, pés de valsa, como eu e você.

A mente cheia de ideias e esperança

3 de junho de 2013 § Deixe um comentário

Parece que só tenho postado essas conversas filosóficas por aqui. Mas realmente esses momentos de escuta e reflexão deveriam ser mais praticados sim, por todos, com alguma frequência. Ontem a noite depois de uma aventura gastronômica com amigos em casa, não pude dormir. Fico deitada por horas e horas e se não encontro algo gostoso para ler, o tempo passado a espera do sono só se torna mais penoso. (Noites assim tem se tornado comuns, desde que adotei os horários alimentares holandeses e desde que provavelmente a idade me fez mais sensível também. Almoço pequeno e jantar grande, combinado com rotinas caóticas, entre a escola, montagem de exposição, trânsito daqui pra ali, o dia inteiro na rua, tornam a digestão uma área caótica da vida.)

Enfim, ter a oportunidade de escutar, refletir, aprender e rever conceitos – com mentes generosas como de Márcia Tiburi – são momentos de grande deleite para mim. Ela oferece perspectivas profundas sobre o Brasil, o que me ajuda amadurecer ou me  concientizar de muita coisa deixada lá longe, na minha cidade natal e seu povo, na formação da minha experiência e agora um tanto na minha memória.

Onde estou?

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