Parceria ou parceria

28 de maio de 2010 § Deixe um comentário

Ultimamente todos estão encrencados com as apresentações finais, exames, projetos, performances. O nível de stress é tanto que a gente sente no ar. Tanto no Conservatório quanto na Academia, todos pedem ajuda de todos. Você corre do seu projeto para o dos outros, tentando ajustar na agenta todos os ensaios e provas, seus e dos outros. Hoje estou indo ajudar duas pessoas de departamentos diferentes. De uma amiga vou ajudar numa animação em Flash, para a outra eu vou fazer a luz da performance dela. Nicolau também corre de um lado pro outro. Na segunda feira, quatro amigos me ajudarão a gravar sons da estação Centraal. Reuniões, emails e muitos SMS pra lá e pra cá. Já tenho oito voluntários confirmados para a minha apresentação e ainda estou articulando com outras cinquenta pessoas. Preciso de uma verdadeira multidão para a minha performance no dia 14 de junho. Até os amigos do Brasil, Maria e Felipe (que chegarão aqui 1 dia antes) já foram solicitados.

Na foto o concerto de exame final do Yedo, brasileiro no Koncon, que convidou 85 músicos para a peça. Nicolau estava lá, entre todos os nossos amigos e conhecidos também.

Tudo é performance

21 de fevereiro de 2010 § Deixe um comentário

Passado o trauma da primeira apresentação e bastante aliviada por ter resolvido tudo com uma bela performance – ainda com inúmeros problemas técnicos – é hora de relaxar.

Ontem fomos ver uma performance de uns amigos no Loos Studio. Foi apresentado o resultado de um workshop do departamento de Sonology do Conservatório Real. Esse é o departamento mais pra frentex em termos de música por aqui. Flerta com o meu departamento também. Ora a gente está indo conferir o que eles fizeram, ora eles vem conferir a gente do Artscience. A cidade é pequena mas sempre tem um lance experimental multimidiatico pra ser visto.

Penso se devo levar adiante ou não meu projeto de mobile environment. Foi o que a banca aconselhou. Teria que finalizar o som e estudar mil vezes mais o movimento, para poder apresentar isso ao público. Vou pensando.

Hoje é domingo, véspera de uma semana de folga aqui. Nicolau foi conferir uma performance num squat em Amsterdam. Eu fiquei aqui tomando café, perdendo tempo no facebook e ouvindo a chuva lá fora.

A partir de quarta vou trabalhar como voluntária no festival Sonic Acts em Amsterdam. Um festival de performances, que este ano está inspirado na obra de Gaston Bachelard, “A Poética do Espaço”. Em troca do meu trabalho, vou ganhar passagens, almoços, a publicação oficial do evento e entrada liberada pra todas as atrações.

E o carnaval continua por aqui. Sexta feira comemoramos na casa da Clara. Na foto eu e Silvia, que me ajudou tanto essa semana.
Obrigada a todos que passam por aqui! Saudades de vocês.

Brazilië op het Koninklijke Conservatorium

13 de novembro de 2009 § 1 comentário

Todos perguntam como vai Nicolau e eu realmente quase nunca falo dele. Ele está mais ou menos como eu, passando por grandes adaptaçoes, ansiedades e angústias. Cheio de aulas e tentando estudar nos intervalos. Essa coisa de trompete é muito sofrida. Eu testemunho todos os dias a agonia dele para tocar mais e melhor. E mal ficamos juntos. Só nos vemos mesmo a noite e no final de semana. E mesmo assim cada um tem seus programas, até porque o dinheiro não permite um programa duplo sempre. Em geral ele vai pro jazz e eu vou conferir a eletrônica, como hoje a noite. Outras vezes a gente vai junta. Hoje ele vai a um concerto na BimHuis, a meca da música em Amsterdam. E eu vou a um festival de arte e música eletrônica aqui mesmo em Haia, totalmente gratuito. É o Langweiligkeit festival (ainda não consegui pronunciar), esse finde promete! Serão dois dias de festa. Amanhã ele vai ter que ir comigo!

Na foto ele está sofrendo num evento da semana dos calouros do Koninklijke Conservatorium. Uma noite “brazilaanse”, em que ele tocou acompanhado por colegas brasileiros e portugueses que já conheciam as nossas músicas. Serviam ainda caipirinhas e as moças européias tentavam sambar. O rapaz do pandeiro, português, era o mais empolgado e tentava animar os outros que não estavam tão felizes com o tratamento que a música brasileira recebeu da escola. Ficou um clima informal demais, o que os jovens músicos brasileiros não gostaram. Música brasileira é coisa séria, gente! Teve um que se recusou a tocar. Já o Nicolau topou pagar o mico, o que eu achei sensato. Tentei reforçar o côro nos refrões, o quanto podia, porque também não sabia todas as letras brazukas… Basicamente foi um fiasco de uma hora de duração, mas a garotada aplaudiu e pediu mais.

Estamos todos torcendo por essa evolução musical, Nic Nicolau!

Obs.: Hoje por coincidência nós dois tivemos entrevista na seção de registro de moradia aqui na municipalidade de Haia. Documentos aceitos e tudo certo! Já temos o nosso número de segurança social, que serve para qualquer autoridade acessar nossos dados e vigiar a nossa vida. O Big Brother existe mesmo

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Primeiras apresentações acadêmicas

3 de outubro de 2009 § Deixe um comentário

Quinta feira foi o nosso primeiro dia de instalaçoes e performances do grupo de pesquisa 0D (“zero D”), sobre Minimalismo. As apresentaçoes aconteceram em vários pontos do edifício do Koncon (Conservatório Real), onde eu também tenho aulas. A turma é um grupo de 15 alunos do bacharelado e mestrado em ArtScience. No grupo tem gente que trabalha com música, com teatro, com dança, com vídeo… Nos encontramos com o professor, desde meados de setembro, 18 horas por semana para discutir arte. O exercício era criar uma obra de arte a partir de outra, de nossa escolha, num formato diferente da original. Eu discuti o filme ‘Migração Alada’ e por isso tive que procurar um formato que não fosse vídeo. Cada um dos alunos devia escolher uma locaçao no edifício ou seus arredores, de acordo com o contexto estético, para expor o seu trabalho.

Apresentei uma instalação sonora, usando um solo de bateria de Max Roach, que tocava de acordo com a entrada e permanência, sempre de duas pessoas quaisquer, numa área determinada, o espaço das caixas de correspondência dos alunos do conservatório (foto acima). Uma espécie de sala, que fica destacada do resto do ambiente térreo, onde também se localiza a cantina e a recepçao. Eu ficava “escondida” no andar de cima, disparando a música em funçao do movimento das pessoas. A idéia era lançar um ritmo, enquanto duas pessoas se aproximavam entre si, uma dupla se formava, e assim sugerir uma nova relaçao entre elas – baseada no conceito do acasalamento (Mating Ritual) que aparece tantas e belas vezes no filme. Não funcionou exatamente como eu previra, mas valeu para entender o quanto se precisa testar/refazer/corrigir muitos elementos antes de finalizar uma obra. Algumas pessoas se surpreenderam, mas nem sempre acontecia. Também porque o próprio prédio não é um prédio público qualquer, é uma escola de música. Então um solo de bateria, por melhor que fosse, não causaria muita surpresa mesmo. Precisava testar num outro edifício público.

O professor é o artista holandês Taco Stolk, cujo trabalho não se define dentro de um formato específico de arte. São obras conceituais, com um ou outro projeto materializado em exposiçoes. Ainda não pude conhecer muito o seu trabalho, mas já vi tudo que existia no Google e gostei do BuBL Space, um protótipo que ele criou para anular o funcionamento de aparelhos celulares, em lugares públicos, num raio de 5 metros do usuário. Claro que o uso do BuBL é proibido, o que o torna mais interessante ainda. O cara parece ser um adepto radical do minimalismo. Usa sempre a mesma roupa, sempre preto, ouve noise e chega sempre com uma garrafinha de Diet Coke na sala de aula. É um cara muito educado e bem humorado.

Algumas fotos de quinta-feira, feitas pelo próprio Taco, estão no flickr dele.

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