A mente cheia de ideias e esperança

3 de junho de 2013 § Deixe um comentário

Parece que só tenho postado essas conversas filosóficas por aqui. Mas realmente esses momentos de escuta e reflexão deveriam ser mais praticados sim, por todos, com alguma frequência. Ontem a noite depois de uma aventura gastronômica com amigos em casa, não pude dormir. Fico deitada por horas e horas e se não encontro algo gostoso para ler, o tempo passado a espera do sono só se torna mais penoso. (Noites assim tem se tornado comuns, desde que adotei os horários alimentares holandeses e desde que provavelmente a idade me fez mais sensível também. Almoço pequeno e jantar grande, combinado com rotinas caóticas, entre a escola, montagem de exposição, trânsito daqui pra ali, o dia inteiro na rua, tornam a digestão uma área caótica da vida.)

Enfim, ter a oportunidade de escutar, refletir, aprender e rever conceitos – com mentes generosas como de Márcia Tiburi – são momentos de grande deleite para mim. Ela oferece perspectivas profundas sobre o Brasil, o que me ajuda amadurecer ou me  concientizar de muita coisa deixada lá longe, na minha cidade natal e seu povo, na formação da minha experiência e agora um tanto na minha memória.

Mais mulher, por favor

27 de setembro de 2012 § Deixe um comentário

Momentos de revelação. Fúria feminista, não sei. Levei tempo para confiar nas minhas ideias e persegui-las. Acho que foi saturno. Previsto até outubro. Saturno, ou Chronos, engolidor de filhos. A melancolia. Enfim, o verão por aqui já passou. Três meses de férias. Estive no Brasil, revi a vida por lá, a família, os amigos. Voltei. Não pude escrever por aqui neste ínterim.

Voltei para meu último ano de estudante de arte e de muita expectativa. Amanhã acontece a minha prova de recuperação. E só hoje a tarde consegui resolver várias questões criativas e técnicas, que me custaram noites e dias e euros de pesquisa.

Melancolia, de Albert Dürer

Ontem a noite, depois de testar meu projeto com dois amigos, não cheguei a resultado nenhum. Pelo contrário, me perdi. A noite, em casa, num momento de frustração completa, resolvi relaxar e espiar o trabalho de uma artista que conheci recentemente, a americana Daria Martin. Ela faz filmes num formato que podemos chamar de tradicional, 16mm, com um acabamento impecável. Ela estuda o corpo em relação aos objetos. O movimento no tempo. Um pouco do que venho pesquisado. E foi vendo trechos dos seus filmes que tive um estalo, a solução para a peça que mostrarei amanhã de manhã.

Resolvi fazer eu mesma uma performance com um dos aparatos que eu construí esses dias. Também chamei um colega para atuar comigo, como se meu espelho, que ao mesmo tempo é meu oposto. Treinamos hoje a tarde, conversamos. Ele estudou teatro. Tirou de letra e ainda me deu excelentes toques. Fizemos um ensaio para uma platéia de umas 16 pessoas. De repente, às quatro horas da tarde, eu estava pronta, muito antes da escola fechar (há três semanas que eu fechava a escola, todo dia, às dez da noite). E ainda por cima, confiante, estado que não conheço há meses.

Para explicar o projeto todo eu teria que contextualizar as coisas por aqui. Comecei um curso sobre “os outros sentidos”, aqueles considerados inferiores, desde Aristóteles: o olfato, o paladar e o tato. Vivemos uma cultura panóptica. Trouxeram palestrantes incríveis, como uma senhora antropóloga especialista em cinestesia como forma de aprendizado, leia-se, a dança como forma de pensar, Yolanda van Ede. E muitos outros que vieram e se foram num intervalo de três semanas. Dei-me conta de como faltavam mulheres dando aula no meu curso. Que refresco! Adoro e admiro os professores homens, mas quando surge uma professora brilhante, de personalidade forte e ainda pessoa fina, é como um bálsamo, umedecendo a aridez do Artscience. Sem contar, fiquei conhecendo outra figura sensorial, a Caro Verbeek, professora fixa do Artscience, mas que só hoje fui conhecer. Especialista em olfato e toque. Belíssima. E a Lígia Clark, gente? Desconhecida por aqui…

Buscando mais Daria Martin, agorinha mesmo descobri a dona Anna Halprin. Supostamente uma revolucionária professora de dança, que nos seus oitenta e tantos anos atua com gente de todas as idades – bem como Angel Vianna, pois é. É impressionante, quanto mais a gente sabe, mais coisas a gente descobre que não sabe. Poço sem fundo! Segundo João Moreira Salles, tudo que a gente pesquisa com profundidade se revela mais e mais interessante e belo. Já sei o qual vai ser minha tese de formatura! Fica pra outro post.

Viva a inteligência humana!

Aceleração e Depressão por Maria Rita Kehl

2 de julho de 2012 § Deixe um comentário

Outra fantástica discussão do Café Filósofico, o qual eu não me canso de assistir todas as noites. Recomendo a todos.

Mulheres que vão fazer a sua cabeça II

8 de maio de 2012 § Deixe um comentário

Outra senhora que dispensa apresentações. Igualmente criativa, pra frente, compositora e artista plural. Laurie Anderson:

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