Radioplay workshop chega ao fim

26 de maio de 2010 § Deixe um comentário

Aprendi e me diverti muito nessa oficina de peça de ficção científica para rádio – além de refrescar a mente um pouco em relação à faculdade.

Na foto o Felix Kubin está finalizando a nossa história, em cima da hora da apresentação, que aconteceu no último domingo no bar do estúdio Worm, em Rotterdam. Já mandei para alguns amigos a peça que escrevi com a minha amiga de curso Clara Lozano. Quem mais estiver interessado, grite. Diversão garantida (em inglês). Vozes: Iris, Jeroen e Lukas Simonis, todos participantes do mesmo workshop.

Sci Fi Radioplay Workshop

8 de maio de 2010 § Deixe um comentário

Entrei num workshop com o produtor musical Felix Kubin. Diretamente de Hamburgo, Deutschland, para o estúdio Worm em Rotterdam. Eu e minha amiga Clara estamos escrevendo um conto de ficção científica para virar uma peça para rádio, com todos os efeitos sonoros a que se tem direito. O cara sabe tudo de dramaturgia para rádio. Orienta verdadeiras superproduções em várias escolas na Alemanha, onde a tradição de peças/novelas para rádio nunca morreu. Além de tudo, Kubin é uma figura incendiária no seu live act. Pude vê-lo a primeira vez em setembro passado, em Linz, na ocasião do Ars Electronica 2009.

Ele curtiu o nosso conto. Saímos todos para um drink na segunda feira passada e pudemos conhecer o cara mais de perto. Louco.
Apresentaremos as obras no domingo, 23/05 para o grande público em R’dam!

Outono-inverno

16 de novembro de 2009 § 1 comentário

O inverno tem seu charme. Eu estava com tanto medo do frio que tinha até me esquecido desta parte. Andar de bicicleta todo dia e ver as árvores amareladas, começando a perder as folhas, é um prazer que eu ainda não imaginava. Mesmo quando se sai de casa de manhã cedo, quando está friíssimo, é muito bom. Aqui tem feito 10 graus e já estou usando o máximo de roupas possível. Não sei como vai ser no auge inverno. Mas realmente já me conformei com o frio. A gente só precisa se acostumar com a coisa de botar e tirar casacos, cachecóis e luvas o tempo todo. A experiência de pedalar é complicada, você sai de casa todo encapotado e chega no seu destino totalmente suado, arrancando as roupas desesperadamente.

Obs.: a foto na verdade é em Rotterdam e foi tirada pelo Nic.

Passeio em Rotterdam

16 de novembro de 2009 § 2 Comentários

Um sábado desses fomos andar com amigos (2 brasileiros e uma lituana) em Rotterdam. E, pra variar, a primeira parte do roteiro foi a feira. Cada um comeu um pão com arenque (sanduíche frio, com um filé de arenque cru e cebola picada) e um loempia (salgado indonésio que pode vir bem apimentado), as iguarias da feira, 2 euros cada.

Depois andamos pela cidade e pelo porto, até chegarmos ao Maastunel, esse túnel metafísico que passa por baixo do rio Maas e parece não ter fim quando se está a pé. Ninguém se arriscou a cruzá-lo. O acesso ao tunel se faz por um edifício art déco muito curioso, que lembra até uma obra soviética. As escadas rolantes ainda são daquelas de madeira, bem antigas, apesar de tudo nessa cidade ser super moderno. Só na escada rolante a gente já gasta alguns minutos, até chegar a uns 60 metros abaixo da rua. Lá embaixo não há quase ninguém, só uma ou outra pessoa cruzando o caminho na bike. Existe ainda o nível dos carros, que passa acima do nível dos pedestres, mas a gente nem vê.

Maastunel

Rápidas

14 de outubro de 2009 § 5 Comentários

> Estamos quase de mudança para a Haia! Ontem assinamos o contrato e hoje ele começa a vigorar. Mas só vamos receber as chaves quando o tutu tiver entrado na conta do proprietário, claro. Torçam aí! Em breve vocês vão conferir que apartamento bacana nós conseguimos (ainda por cima por 250 euros a menos que o preço inicial). Fica no terceiro andar, então, não corremos muito risco de inundaçao, quando os oceanos se elevarem. Pelo menos nos próximos 4 anos!

> Vou sentir falta da vida em Rotterdam. Apesar de ter aproveitado pouco, senti que a dinâmica aqui é mais interessante que em Haia. Aqui tem feira, tem parque, tem arquitetura, tem teatro, tem dança, tem ladrão etc. Na Haia tudo é mais pacato e sem personalidade. Se não fossem as aulas até tarde da noite, a gente realmente poderia pensar em morar em outro ponto desse país. Cada vez descubro mais gente na minha faculdade que não mora na Haia.

> Aqui tem cachorros incríveis, de raças nunca vistas no Brasil, andando pra todos os cantos com seus donos. No metrô, no museu, dentro das lojas… São muitíssimo educados, quase humanos holandeses. Mal podem cheirar e brincar com os outros cachorros pelo caminho, pois os donos puxam logo as coleiras de volta. E claro, não se vê um cão fazendo pipi na rua. Outro dia vi um husky siberiano gi-gan-tes-co na feirinha de Rotterdam. Ele sentado era da minha altura e tinha o pelo super denso e volumoso. Era mesmo um lobo de coleira. E uivava profundamente diante da tenda de carne ou peixes. Fiquei com pena dele.

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Com quantos paus se faz a ordem?

1 de outubro de 2009 § 2 Comentários

Quando se está na Europa, entre muitas sensaçoes boas de estar aqui, a da segurança é das mais cotadas por mim. A tranquilidade de portar uma câmera, um laptop ou o que for na bolsa, sem o medo de ser atacado, agredido ou assediado por inúmeros pedintes, não tem igual. Não quero soar arrogante, com algum desprezo pelo Rio de Janeiro, agora que estou aqui. Pelo contrário. Mas no Rio, o abismo social fica tão gritante que você quase não se permite ter certas coisas enquanto outras pessoas estão querendo o básico (sei que essa é uma questão contemporânea, global, não só do Rio, que poderia ser desdobrada em mil debates, ok, ok). E o nível de agressividade é tão intenso, que só pensava em tragédia, esperava o pior em cada esquina, cada ônibus que eu pegava (muito exagerada eu? ou alguém aí concorda comigo?). A menos que você viva numa redoma, atrás das grades da segurança privada, é melhor sair na rua só com o mínimo e até mesmo nem ter um notebook at all.

Enquanto por aqui eu posso voltar pra casa sozinha, por ruas desertas de Rotterdam, tirando fotos a esmo, das árvores, dos postes, das fachadas, altas horas da noite, sem passar por apuros. Tudo bem, não vou fazer isso todo dia, talvez. Pode ser que um dia aconteça alguma coisa. Pode ser. Mas o normal é que não aconteça.

Comecei a me perguntar então quantos policiais seriam necessários para se manter essa paz por aqui. Aliás, para que policiais, se não existe nada demais acontecendo? Meu amigo Rafael, que vive aqui há mais de um ano, já havia me alertado sobre a atuaçao da polícia holandesa. Mas só agora pude perceber a presença dela de fato nas ruas. Todas as ruas, todas as horas, em todos os contextos. Claro que são muito alinhados, educados, diria até tranquilos. Eles abordam o transeunte por qualquer coisinha. Se a moça está dirigingo a bicicleta numa rua só de pedestres, que ela vá caminhando ao lado da bicicleta. Ou se a bicicleta do outro é mesmo dele e se ele pode prová-lo etc. A maconha é legalizada aqui, sim, mas sob várias regras. Ai de quem fuma na rua e é pego pela Politie (ou “azuis” como são chamados também). Não sei nem o que acontece pra falar a verdade nesse caso… Mas sei que você pode ser preso por motivos inconcebíveis para um brasileiro bruto, recém chegado às terras baixas.

São coisas assim que se tornam opressivas para mim, num lugar tão civilizado como este, e me fazem pensar na música dos Titãs, Polícia para quem precisa/ Polícia para quem precisa de polícia. Esse carro que você está vendo na foto circula o tempo todo, em qualquer lugar. Existe também policial de bicicleta, a cavalo e tudo mais que for possível. Uma vez eu li um aviso num banheiro de bar, alertando aos eventuais junkies: “Big Brother is watching you”. 

Triste ordem essa a daqui. E triste a do Rio também. Será que a humanidade não vive decentemente sem bandido nem puliça? (será que serei rastreada e presa por eles, depois de escrever isso aqui?!)

politie

Feirinha

15 de setembro de 2009 § 1 comentário

Terça e sábado são dias de feira em Rotterdam, ou melhor, dA feira de Rotterdam. Nela, se podem encontrar quase todos os artigos do mundo, por preços bem acessíveis. De não dever nada à Rua da Alfândega ou à feira da Praça XV! De calcinha a antiguidades, passando por legumes, queijos e bicicletas. Hoje, como não tinha aula, fiquei pela cidade para economizar na passagem de trem (todo dia indo para Haia, não dava). Fui ver as modas e aproveitei para pesquisar uma bicicleta pra mim. Nao encontrei um modelo de bike que gostasse, mas acabei esbarrando numa linda jaqueta de couro (provavelmente falso) por apenas 24 euros. Aliás vi tantas roupas lindas de tricô que tive que ir embora logo. Também adquiri um bom pedaço de queijo de ovelha por apenas 4 euros; vagem, tomate, nectarinas (baratíssimas) e dois cintos vintage (por 50 centavos cada!).

A foto não é minha, peguei no site webshots. Pois ainda nao tive oportunidade de tirar umas fotos ali.

Obs.: O frio parece que chegou. Não sei se já é o outono (o que já deve ser extremamente frio para um carioca), ou uma frente fria passageira.

feirinha

Rotterdam no wikipedia

14 de setembro de 2009 § 2 Comentários

Satellite_image_of_Europoort,_Netherlands

Rotterdam faz parte da ‘asa sul’ (Zuidvleugel) da Randstad holandesa, uma área urbana que compreende Amsterdam, Den Haag, Rotterdam e Utrecht. A Zuidvleugel é uma conurbação que inclui as cidades de Leiden, Den Haag, Zoetermeer, Delft, Vlaardingen, Schiedam, Capelle ann den IJssel, Spijkenisse e Dordrecht. É a sexta maior região metropolitana da Europa.

A cidade abriga o maior porto da Europa, mas que perdeu o título de mais agitado do mundo para o de Xangai em 2004.

Total da população: 582.949 habitantes (dados de 2008)

  • Holandeses: 313.765
  • Surinameses: 51.885
  • Turcos: 45.699
  • Marroquinos: 37.476
  • Antilhenos e Arubanos: 19.562
  • Outros europeus: 17.774

Domingo tranquilo em Rotterdam

13 de setembro de 2009 § Deixe um comentário

Hoje andei pela cidade com o Nicolau. Passamos por um campeonato de roller skate e por ruas quietas. Mais tarde ele foi embora para Leiden/Oegstgeest, onde moram sua prima Catarina e família.

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Do Rio de Janeiro para Rotterdam

11 de setembro de 2009 § 6 Comentários

Estou inaugurando neste momento o meu diário digital que entra em vigor este mês de setembro, por 4 anos, diretamente da Holanda (com chance de reeleicao para mais algum tempo indeterminado, dependendo do frio, das nossas condicoes financeiras, da nossa sorte etc). O título vem mesmo da falta de inspiracao inicial. A solucão foi então baseada em algumas coisas que mais aprecio aqui: bicicletas (fietsen) e os paes incrementados de salada e carne de ovelha (broodjes, que as vezes podem ser traduzidos como sanduíches), cuja receita árabe é imbatível (o famoso döner kebab ou pita gyros). A partícula aditiva ‘en’ seria o nosso “e” (viram como o holandês é facílimo?).

A língua portuguesa, por sua vez, provavelmente sofrerá alguns desfalques, por falta de teclados adequados aos nossos acentos e cedilhas (me forcando a horas de tentativa e erro em busca de um atalho que permita escrever as palavras decentemente), mas nada que vá comprometer a nossa comunicacao extramarina. Dessa forma também pretendo manter a minha forma na escrita no meu idioma, que já é pouco valorizado no mundo. Se estou sendo muito prolixa, provavelmente isto se deve ao fato de eu estar trocando de línguas o tempo todo, escrevendo trabalhos acadêmicos pela primeira vez em inglês e lendo Ítalo Calvino. 

Este mês ficarei em Rotterdam, pegando trem quase todos os dias para Haia, onde estou estudando – e procurando apartamento com meu namorado. As aulas mal comecaram mas já tenho ótimas impressoes. Nos próximos posts seguem-se as primeiras experiencias como estudante neste país em que sonhei viver e onde a vida nao parece ter mudado tanto em 400 anos, apesar do advento dos trens, do cartao de crédito e da internet.

Saudades do meu sobrinho.

 

Rotterdam da janela

Rotterdam da janela

 

PS.: Sobre comer carne de carneiro, um mamífero tao fofo… quem me conhece deve ter me estranhado. Bom, eu nao como tanto assim. Só uma ou talvez duas vezes por semana. E mesmo assim creio que os bichos sejam felizes  aqui. Eu os vejo sempre pastando tranquilamente nas fazendas ao longo da linha férrea.

Onde estou?

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